“13 Sentimentos”, dirigido por Daniel Ribeiro, é um filme que mergulha profundamente na vida amorosa de João, interpretado por Artur Volpi. A narrativa, centrada nos altos e baixos dos relacionamentos de João, busca explorar a complexidade dos sentimentos humanos através de uma lente pessoal e íntima. Embora o filme tenha um tom familiar e, em alguns momentos, clichê, ele consegue cativar e provocar reflexão sobre a busca incessante pelo amor e autoconhecimento.
João é um jovem cineasta com o sonho de divulgar seu filme, que é uma representação fiel de suas próprias experiências amorosas. À medida que a história se desenrola, percebemos que o filme dentro do filme é um espelho da vida de João, refletindo seus relacionamentos passados e presentes. Volpi entrega uma performance sincera, capturando a vulnerabilidade e a confusão do protagonista, especialmente quando ele se perde nos encantos passageiros de encontros em aplicativos de relacionamento.
Um dos pontos fortes de “13 Sentimentos” é a forma como ele aborda a influência do passado sobre o presente. João está constantemente dividido entre as lembranças de um relacionamento antigo e os desafios que surgem em sua carreira e vida pessoal. Essa dualidade é bem representada no filme, mostrando como as cicatrizes do passado podem afetar nossas decisões e percepções atuais. No entanto, o roteiro poderia ter aprofundado mais essas questões, trazendo mais nuances e complexidade às motivações de João.
Visualmente, o filme apresenta um elenco padrão, com personagens de biotipo malhado e aparência convencional, contrastados por amigos e ex-namorados negros do protagonista. Essa escolha traz uma diversidade bem-vinda ao filme, mas também levanta questões sobre representatividade e estereótipos no cinema. A direção de Ribeiro, enquanto eficaz em alguns momentos, poderia ter explorado mais a profundidade emocional e as dinâmicas entre os personagens.
“13 Sentimentos” oferece uma visão honesta sobre as complexidades do amor e da busca por si mesmo. João é um personagem com quem muitos podem se conectar, e a história, mesmo não sendo revolucionária, traz lições valiosas sobre enfrentar o passado e abraçar o futuro. Para quem gosta de um bom drama romântico, é uma escolha que vale a pena.
O filme já está em exibição nos cinemas.
Texto por Iverthon Vasconcelos