Paulo, jornalista e escritor frustrado, envolve-se com Marina, uma vizinha de prédio casada, garçonete.
Em uma noite de embriaguez, ele grava uma carta de despedida repleta de amor e ódio em um cassete para ela, expondo seus demônios emocionais diante da câmera.
Esta é a sinopse de A Voz que Resta filme dirigido por Roberta Riva e Gustavo Machado que também interpreta o protagonista assim como Riva atua no papel de Marina. O roteiro fica a cargo de Vadim Nikitin.
Aqui é importante dizer que a Voz que Resta é uma adaptacão da peça homônima que tem dramaturgia e a direção de Nikitin que se juntou também a produção cinematográfica. Aliás vale dizer que a equipe responsável pela produção também trabalhou em ambos projetos, Machado por exemplo era também protaginista do monólogo teatral.
Esse envolvimento da equipe em ambos projetos é perceptivel no filme justamente na busca de dividir em cena todo o sentimento intimista de paixão, desilusão, frustração, amor e ódio que o personagem carrega.
A direção corrobora com tais sentimentos através do uso de inúmeros filtros trabalhando sobretudo nas cores vermelha e azul e em planos que demonstram as lembranças do protagonista.
Muitas vezes um monólogo no teatro é minimalista, valorizando assim a atuação do ator deixando o trabalho muito mais intimista, e neste caso o mesmo é levado para a versão cinematográfica de Rivas e Machado.
A linguagem teatral e cinematográfica embora parecidas carregam em si suas próprias essências e caracteristicas. Em muitos momentos do filme é possivel ver diversos elementos teatrais que funcionam muito mais no palco que na tela, mostrando que as escolhas narrativas poderiam ter tomados caminhos mais cinematográficos que teatrais.
Vá ao cinema, faça essa reflexão e outras tantas que podem surgir.
A Voz que Resta estreia nos cinemas no próximo dia 6 de fevereiro nos cinemas.
