Sérgio Mallandro está de volta às telonas com “Mallandro: O Errado Que Deu Certo”, trazendo de volta seu estilo inconfundível de humor. No papel de si mesmo, Mallandro embarca em uma jornada ao lado de seus filhos para tentar recuperar o sucesso perdido. A premissa, que poderia render uma comédia divertida e nostálgica, acaba se tornando uma experiência desconexa e, por vezes, embaraçosa.

O filme, dirigido por Marco Antonio de Carvalho, começa com um tom leve e familiar. As pegadinhas clássicas, os bordões icônicos e o humor escrachado que fizeram a fama de Sérgio Mallandro estão todos presentes na primeira metade do filme. É nesse ponto que os fãs de longa data podem encontrar uma boa dose de nostalgia. As cenas iniciais, onde Mallandro busca novos trabalhos para pagar suas dívidas, oferecem momentos de riso e lembranças dos tempos áureos do comediante.
No entanto, à medida que o filme avança, ele se torna uma mistura confusa de comédia e drama. A narrativa tenta incorporar momentos mais sérios, mostrando Mallandro em crise, lutando para encontrar seu lugar no mundo sem depender de suas piadas e bordões. Essa mudança de tom não é bem manejada, e o resultado é um filme que parece desorganizado e sem direção clara. A tentativa de adicionar profundidade emocional ao personagem falha, fazendo com que a história perca coesão e foco.
A trilha sonora, que inclui hits como “Lua de Cristal” de Xuxa, proporciona alguns dos momentos mais divertidos do filme. A participação especial de Xuxa é um ponto alto, trazendo um sorriso aos rostos dos espectadores que cresceram assistindo aos dois ícones da televisão brasileira. No entanto, esses momentos de brilho são escassos e não conseguem sustentar o restante da produção.
Para os fãs que cresceram assistindo às travessuras de Mallandro na televisão, o filme é uma viagem nostálgica, repleta de boas lembranças. No entanto, para os novos espectadores, a introdução ao mundo de Mallandro pode ser exaustiva e desinteressante. As mesmas velhas piadas e bordões, que já foram engraçados, agora parecem desatualizados e repetitivos, evidenciando a falta de reinvenção do comediante.
Em resumo, “Mallandro: O Errado Que Deu Certo” tinha potencial para ser uma comédia nostálgica e divertida, mas se perde em sua tentativa de misturar humor com drama de forma coesa. O filme acaba sendo uma miscelânea de momentos desconexos e vergonhosos, com um roteiro que parece se adaptar apenas para que Mallandro tenha seus momentos de brilho, ou pelo menos tente. Embora tenha seus momentos de diversão e nostalgia, o longa não consegue se sustentar e deixa uma sensação de que poderia ter sido uma pegadinha, em vez de uma produção cinematográfica sólida.
O filme estreia dia 13 de junho nos cinemas.