A diretora Carolina Markowicz nos presenteia com uma obra surpreendente no cenário do cinema nacional em “Pedágio“. Este filme, que teve sua estreia em festivais de renome como San Sebastian e Toronto, não se trata apenas de uma narrativa, mas de uma experiência cinematográfica intensa que nos desafia a refletir sobre as complexidades das relações familiares e as lutas enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+.
A trama gira em torno de Suellen, interpretada de maneira envolvente por Maeve Jinkings, uma cobradora de pedágio que se vê diante de uma encruzilhada moral ao perceber a oportunidade de ganhar dinheiro ilegalmente para financiar a controversa “cura gay” para seu filho, Tiquinho (Kauan Alvarenga). É nesse ponto que somos mergulhados em um mundo de preconceitos, problemas sociais e hipocrisias, onde as decisões de Suellen desencadeiam uma série de eventos reveladores.
A verdadeira joia de “Pedágio” é a relação entre mãe e filho. Suellen, aprisionada em um relacionamento abusivo, carrega consigo as marcas das falsas promessas e solidão, despejando suas frustrações no único elo que resta em sua vida, seu filho. Enquanto isso, Tiquinho enfrenta as agressões pelo simples ato de ser quem é, uma jornada que nos leva a admirar sua coragem e resistência diante de uma sociedade que ainda luta contra a aceitação plena.
“Pedágio” não é apenas um filme; é um espelho que reflete a complexidade e a fragilidade das relações humanas. Markowicz nos guia por um terreno delicado, expondo as feridas e cicatrizes da discriminação e lançando uma luz sobre o doloroso processo de “cura” que, infelizmente, alguns ainda enfrentam em busca de aceitação.
Uma experiência cinematográfica que nos lembra da necessidade de amor, compreensão e aceitação, fazendo de “Pedágio” uma narrativa tocante que ressoa em todos nós.
O filme estreia dia 30 de novembro nos cinemas.