Tuesday – O Último Abraço | Reflexões Sobre a Morte e o Luto

Cinema Críticas

Tuesday – O Último Abraço“, dirigido por Daina Oniunas-Pusić, é um filme que mergulha profundamente na dor mais avassaladora que alguém pode experimentar: a perda de um filho. Estrelado por Lola Petticrew como Tuesday, uma jovem com câncer terminal, e Louis-Dreyfus como sua mãe, Zora, o longa evita o melodrama típico e trilhas sonoras exageradas, optando por uma abordagem mais sutil e reflexiva.

A trama nos apresenta Tuesday, que vive também sob os cuidados de uma enfermeira. A história ganha um tom peculiar quando um papagaio, fã de hip-hop e alegoria da morte, entra em cena. Sim, aqui a morte é representada por esta ave diferentona, parece engraçado, mas o filme é muito mais profundo e cheios de reflexões.

Tuesday, já na fase final de sua doença, não apenas aceita a visita do papagaio, mas interage com ele de maneira empática e quase carinhosa. Em vez de temê-lo ou rejeitá-lo, ela se comunica com ele, mostra compaixão e até lhe dá um banho. Essa interação inusitada entre a jovem e a ave é uma metáfora poderosa para a aceitação da morte e o processo de despedida.

No entanto, apesar dessa premissa promissora, o filme perde força ao longo de sua narrativa. A tentativa de mesclar elementos de fantasia com questões profundas nem sempre resulta em uma combinação harmoniosa. A atuação de Louis-Dreyfus, embora competente, não consegue elevar alguns momentos cruciais da trama, deixando uma sensação de superficialidade.

 

Os efeitos visuais, por vezes, parecem deslocados, não contribuindo para a profundidade emocional que o filme busca. Contudo, o longa consegue capturar momentos de grande verdade e beleza, especialmente nos seus instantes finais. É nesse ponto que “Tuesday – O Último Abraço” realmente brilha, mostrando Louis-Dreyfus sozinha, lidando com o silêncio e a ausência após a partida de sua filha.

“Tuesday – O Último Abraço” é um filme que, apesar de suas falhas, oferece uma reflexão autêntica sobre a perda e o luto. Seus melhores momentos são aqueles que se concentram na crua realidade da dor e da aceitação, sem os adornos desnecessários da fantasia.

O filme estreia dia 1° de agosto nos cinemas.


Texto por Alan Dias

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