“Terrifier 3” chega com uma missão clara: intensificar a brutalidade e o choque, levando a franquia ainda mais fundo na loucura e no sangue. Para quem acompanha o aterrorizante palhaço Art desde o início, já fica claro que este filme não busca agradar aos mais sensíveis. Damien Leone não só duplica a violência, mas parece interessado em ver até onde o público aguenta assistir. O que temos aqui é uma experiência que desafia até mesmo fãs de horror extremo — cenas que beiram o insuportável, incluindo mortes que, no mínimo, são macabras o suficiente para deixar uma marca na mente de qualquer um.
A trama segue diretamente de onde o segundo filme parou, com a cabeça de Art sendo “parida” e seu corpo à solta para reunificação. Dessa vez, acompanhamos Sienna (Lauren LaVera), uma sobrevivente de “Terrifier 2” que carrega o peso dos eventos passados como um fardo emocional imenso. Ela deixa o hospital psiquiátrico e vai morar com sua tia, Jessica, seu marido Greg e a filha deles, Gabbie — que praticamente só serve de vítima em potencial. Jonathan, o irmão de Sienna, está fora na faculdade, mas sua ausência é claramente apenas uma desculpa para manter o público atento ao número de futuros corpos que irão cair na narrativa.
É interessante ver Leone tentando criar uma história mais longa e desenvolvendo traumas profundos, mas é também onde o filme perde força. As cenas em que Sienna tenta lidar com seu trauma parecem quase projetadas para cansar o público, deixando todos à espera de mais uma atrocidade para “quebrar o clima”. Por mais que a tentativa de criar profundidade seja válida, ela acaba soando forçada, e parece que ninguém realmente se importa. Não estamos aqui para introspecções, mas para ver até onde Leone leva sua inventividade em mortes surreais.
Onde “Terrifier 3” realmente encontra seu ponto forte é na estética macabra e em brincar com a ambientação natalina. Ver Art vestido de Papai Noel enquanto toca o terror pelas ruas faz uma mistura irônica com o espírito festivo que, sem dúvida, é uma sacada interessante de Leone. Porém, isso não é o suficiente para salvar a narrativa. Apesar de claramente mais estruturado, “Terrifier 3” parece dar um passo adiante e dois atrás em seu desenvolvimento, fazendo um uso quase gratuito do gore e da violência extrema, sem conseguir ir além.
No fim das contas, “Terrifier 3” entrega o que promete — uma dose cavalar de mortes e atrocidades para os fãs do horror extremo. E enquanto isso possa saciar alguns, o filme ainda não atinge o nível de impacto narrativo que muitos esperam. Vamos ver se, quem sabe, com mais alguns filmes pela frente, Art the Clown encontre uma maneira de aterrorizar que vá além do gore.
O filme estreia dia 31 de outubro nos cinemas.
Texto po Alan Dias